Sua comunicação com a população está realmente funcionando ou apenas existe? Em um cenário onde a informação circula em tempo real, não basta apenas estar presente nas redes sociais — é preciso saber como utilizá-las de forma estratégica, eficiente e dentro dos limites legais. A forma como prefeitos, vereadores, deputados e governadores se comunicam pode fortalecer sua imagem pública ou gerar crises difíceis de reverter. Mais do que um espaço para divulgar ações, as redes sociais se tornaram um ambiente de diálogo, cobrança e construção de reputação. Mas será que todos os gestores públicos estão preparados para lidar com essa nova realidade?
Meu nome é Diego Viegas, sou formado em Marketing e tenho um MBA em Jornalismo Digital. Nos últimos anos, acompanhei de perto como o ambiente digital transformou a relação entre gestores públicos e cidadãos. O que antes era uma comunicação institucional e previsível, hoje exige proximidade, autenticidade e transparência. Porém, com essa nova dinâmica surgem também desafios: qualquer deslize pode se tornar um escândalo, e o uso inadequado das redes pode trazer implicações legais. Diante disso, a grande questão é: como os gestores públicos devem se comportar nas redes sociais para garantir uma comunicação eficaz, ética e alinhada às normas vigentes?
Um exemplo notável é o do prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, que recentemente viralizou nas redes sociais ao adotar uma abordagem autêntica e próxima dos cidadãos. Sua estratégia digital não apenas aumentou sua popularidade local, mas também lhe rendeu convites para concorrer a cargos mais altos, como o de governador. Isso demonstra o poder das redes sociais na projeção política quando utilizadas de forma estratégica e genuína.
No entanto, a atuação nas redes sociais exige cuidado e responsabilidade. Gestores públicos devem estar atentos aos dilemas éticos e legais associados a essa exposição. É fundamental que as informações compartilhadas sejam de interesse coletivo, garantindo transparência e evitando conflitos de interesse. Além disso, é necessário respeitar as normas legais vigentes, evitando o uso de recursos públicos para promoção pessoal ou partidária. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabelece condutas específicas para agentes públicos durante períodos eleitorais, proibindo, por exemplo, pronunciamentos em cadeia de rádio e televisão fora do horário eleitoral gratuito, salvo em casos de urgência ou relevância pública (tse.jus.br)
Para uma comunicação eficaz e ética nas redes sociais, gestores públicos devem:
- Definir diretrizes claras: Estabelecer o que pode ou não ser publicado nos perfis oficiais, assegurando que o conteúdo seja informativo e de interesse público.
- Produzir conteúdo relevante: Criar materiais que eduquem e informem a população sobre ações e projetos em andamento.
- Interagir com o público: Manter canais abertos para feedback, respondendo dúvidas e acolhendo críticas de maneira construtiva.
- Respeitar as normas legais: Evitar o uso de recursos públicos para autopromoção e seguir as diretrizes estabelecidas pelos órgãos competentes.
A construção de uma presença digital sólida requer autenticidade, transparência e respeito às leis. Quando bem utilizadas, as redes sociais podem fortalecer a relação entre gestores públicos e cidadãos, promovendo uma gestão mais participativa e alinhada aos anseios da sociedade.