Vivemos em um estado constituído por 497 municípios, divididos em diversas regiões, como o Vale do Taquari, Serra Gaúcha e Região Metropolitana. Cada município e região possuem particularidades e demandas específicas, seja devido às condições geográficas do terreno ou por aspectos culturais de sua população.
Estou prefeito de um município pequeno, com pouco mais de dois mil habitantes, localizado entre o Vale do Taquari e a Serra Gaúcha. Nossa realidade reflete a de grande parte das cidades do Rio Grande do Sul, onde a maioria dos municípios é de pequeno e médio porte.
Por esse motivo, percebemos ao longo do tempo que existem formas de sermos vistos e lembrados politicamente perante as esferas governamentais do Estado e do governo federal. A principal delas é a união, somando forças e destacando as demandas comuns entre os municípios, transformando-as em demandas regionais.
Para isso, e devido à facilidade proporcionada pela tecnologia, os municípios estão cada vez mais conectados. O contato entre prefeitos e secretários se intensificou e hoje é evidente, que para nossas cidades prosperarem, nossa região também precisa avançar.
Nos últimos dois anos, estive à frente da Presidência da AMAT (Associação dos Municípios do Alto Taquari), a 28ª associação do estado vinculada à Famurs. Esse trabalho nos permitiu levantar demandas há muito reivindicadas pela comunidade e, acima de tudo, dar voz e representatividade aos pequenos municípios dentro de uma estrutura de 18 cidades, abrangendo mais de 150 mil habitantes.
Acredito que uma das principais contribuições das associações municipalistas é a troca de experiências entre os gestores municipais, compartilhando desafios, anseios e soluções que impactam diretamente a vida das pessoas.
Enfrentamos grandes desafios nos últimos anos, incluindo as maiores catástrofes climáticas da história da nossa região. Contudo, a AMAT se tornou um pilar fundamental para unir forças e garantir uma resposta eficiente. Vivemos um forte sentimento de pertencimento, no qual nossa região se tornou um só município, um só povo, reforçando a importância das associações municipalistas na vida daqueles que temos a missão de cuidar e representar.
Além das associações, destaco o papel fundamental dos Consórcios Intermunicipais de Prestação de Serviço. Neste último mês, assumi a presidência do Consisa, entidade que representa 42 municípios da nossa região e de áreas vizinhas.
A reforma da Lei de Licitações trouxe avanços significativos na desburocratização dos processos licitatórios, tornando o setor mais eficiente. Afinal, o setor de licitações é o coração da gestão pública, viabilizando as condições necessárias para que os demais setores funcionem plenamente.
Sem agilidade no setor de aquisições, não há eficiência na administração pública. Afinal, a gestão precisa transformar receita em serviços e investimentos que melhorem, de forma contínua e permanente, a vida do cidadão.
Com essa modernização, os consórcios intermunicipais, antes focados na área da saúde, expandiram suas atividades para diversos outros setores, trazendo mais agilidade e economia para a gestão pública.
Na prática, isso se traduziu em avanços significativos na nossa região, permitindo:
• Contratação rápida de medicamentos e prestadores de serviços para a saúde;
• Disponibilização de máquinas, caminhões, engenheiros, arquitetos, médicos, enfermeiros e veterinários para os municípios consorciados;
• Implementação de serviços de inspeção sanitária e fiscalização agropecuária;
• Redução de custos com contratação de profissionais especializados por demanda, evitando gastos desnecessários com estruturas locais incompatíveis com a realidade dos municípios.
Por isso, o consórcio intermunicipal se tornou sinônimo de agilidade e economicidade.
Nos últimos anos, avançamos significativamente no fortalecimento das associações municipalistas e dos consórcios intermunicipais. No entanto, ainda há muito a evoluir. Precisamos consolidar a compreensão de que tempo é dinheiro, que cada centavo economizado e cada segundo poupado representam um impacto direto na qualidade de vida das pessoas.
Como gestores públicos, temos o dever de valorizar soluções e ferramentas que tornem a gestão mais ágil, eficiente e orientada pelo princípio da economicidade, garantindo mais resultados com menos recursos.
Sinto orgulho dos avanços conquistados na nossa região. Os desafios foram imensos, mas nos forjaram na palavra resiliência. Seguimos lutando, nos reunindo, cooperando, pois um município não pode viver isolado dentro de seus limites territoriais. Somos parte de uma região interconectada, e a nossa força está na união e no trabalho conjunto.