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Previnir é proteger

As tragédias climáticas que marcaram o Rio Grande do Sul em 2024 deixaram uma lição clara: não há mais tempo para postergar investimentos em prevenção.
Entre 2023 e 2024, nosso estado enfrentou dez eventos climáticos extremos.
Vimos a força das águas invadir ruas, destruir casas, arruinar empresas, levar vidas. Mais de 80% da população de Eldorado do Sul foi impactada. Em Canoas, cidade que tive a honra de governar, mais de 44% dos moradores foram atingidos. São Leopoldo superou 40%.
A experiência que tive como prefeito de Canoas me ensinou que prevenção exige trabalho diário e planejamento.
Quando assumi a prefeitura, enfrentávamos anos de alagamentos. Decidimos mudar isso com uma força-tarefa histórica de combate aos alagamentos.
Fizemos o maior investimento já realizado no sistema de drenagem do município e não tivemos alagamentos durante meu governo. Realizamos um mapeamento completo para identificar os pontos críticos e, a partir disso, executamos ações contínuas de manutenção e prevenção: limpeza de diques e valas, boca de lobo, hidrojateamento, macro e microdrenagem, criação de canalizações auxiliares e novos poços de visita. Também mantivemos as casas de bombas em operação constante com o uso de geradores alugados em dias com previsão de temporais.
Implantar ações de prevenção é ter responsabilidade com o futuro e coragem para fazer o que precisa ser feito antes do pior acontecer. Essa mesma visão nos guiou quando, ainda em 2012, atuei como secretário estadual de Obras e iniciamos cinco grandes projetos para minimizar o impacto das cheias. São soluções robustas que abrangem os Rios Caí, dos Sinos e Gravataí, além de intervenções específicas para Eldorado do Sul e o Arroio Feijó, na divisa entre Porto Alegre e Alvorada. Esses projetos ficaram anos parados após trocas de gestões. Importante lembrar que não fizemos projetos para o Vale do Taquari, porque, naquele momento, não havia eventos extremos naquela região, mas que agora será contemplado.
Em 2024, juntamente com o senador Heinze, retomamos o movimento para tirá-los do papel – o que resultou na destinação de R$ 6,5 bilhões do governo federal para o sistema de proteção do Estado. Esses recursos precisam ser transformados em obras imediatamente.
Além disso, apoiamos iniciativas como o Programa Desassorear RS, do governo do Estado, que vem auxiliando os municípios em ações de limpeza e desobstrução em sistemas pluviais, arroios e canais de drenagem, com foco tanto em rios menores quanto em rios de maior porte. O assoreamento desses cursos d’água, agravado pelas últimas enchentes, compromete o escoamento, favorece alagamentos e reduz o volume de água em diversas regiões. Dragagem e desassoreamento são essenciais para garantir o fluxo das águas, recuperar canais de navegação e ampliar a segurança de em-barcações. Também são fundamentais para o desenvolvimento econômico sustentável de regiões que dependem dos rios para transporte e produção.
Prevenir é proteger vidas, preservar patrimônio e manter viva a esperança.
Trabalhar por obras estruturantes é, acima de tudo, um compromisso com quem mais precisa. É dever do poder público garantir que a dor que vivemos em 2024 não se repita. O Rio Grande do Sul não pode mais esperar.

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