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Associações fortes por municípios protagonistas

Ao receber a oportunidade concedida por meus colegas prefeitos e prefeitas de presidir a AMAT (Associação dos Municípios do Alto Taquari) neste ano de 2025, devo também aproveitar para exaltar o trabalho das associações de municípios/prefeitos com um relato próprio sobre as suas atuações na gestão das crises geradas pelos desastres naturais de 2023 e 2024.

Para quem não sabe, sou o prefeito de Muçum, pequena cidade situada no Vale do Taquari que foi duramente atingida, de forma reincidente, por vários desastres naturais. O primeiro episódio foi o pior temporal de granizo da nossa história, em agosto de 2023. Poucos dias depois, em setembro, tivemos a primeira de uma série de inundações, que naquele momento, destruiu centenas de casas, atingiu diversos espaços públicos, inundou mais de 80% da nossa área urbana e, o mais grave, causou a perda de 21 vidas – dois corpos, sequer, foram localizados. Em novembro, um novo grande evento de inundação, e em maio de 2024, somado a deslizamentos graves, a maior catástrofe da história do Rio Grande do Sul, tendo mais uma vez Muçum como uma das cidades mais atingidas – embora sem óbitos, o que é algo a se exaltar.

Se os desafios a cada nova crise, e as estratégias de reação, já são naturalmente complexos e intensos, como seriam sem o apoio e colaboração de outros municípios? Foi dessa forma que vivenciei, nessas diferentes crises, ajudas inimagináveis dos colegas prefeitos e de estruturas públicas municipais, auxiliados através da associação, que gera a proximidade e união entre seus líderes, mas também a condição institucional de promover ações de resposta imediata e de planejamento e recuperação a médio e longo prazo. Foi emocionante ver colegas prefeitos no meio da lama, conduzindo barcos de resgate, trazendo caminhões e máquinas de diversos lugares. Da mesma forma, em maio, a atuação das associações de outras regiões demonstra a capacidade organizacional que elas possuem para rápida ação e resultado. A AMPLA (Associação dos Municípios do Planalto), por exemplo, relacionou a disponibilidade de maquinários e voluntários de seus municípios associados e estruturou uma rede de apoio à nossa região, sendo eficiente ao dividir suas estruturas de acordo com a necessidade de diversos locais. Exemplos de solidariedade, mas também, de organização e trabalho associativista.

Mas as associações de municípios não são essenciais somente nos desastres. Elas são protagonistas de planejamentos regionais, de pautas municipalistas e de padronização de processos públicos a fim de prestar sempre os melhores serviços possíveis ao cidadão. Através de suas deliberações, essas entidades atuam em prol de causas em comum, lideram movimentos regionais relevantes e geram uma representatividade organizada. O fardo de “estar prefeito”, e de tomar decisões complexas a todo tempo, se torna um pouco menos pesado por meio do compartilhamento das dificuldades. Nesse ano à frente da AMAT, por exemplo, lidero demandas fundamentais de infraestrutura da região, de recuperação das rodovias, de obras de reconstrução e resiliência, e também, de assuntos polêmicos, como a concessão do Bloco 2 das rodovias gaúchas e da recuperação das ferrovias gravemente danificadas em 2024. Assuntos que envolvem comumente cidades relacionadas à associação, e dessa forma, têm na entidade uma ferramenta de representação e participação nas audiências e atividades.

Por fim, destaco a importância da sociedade, de maneira geral, reconhecer e compreender a importância das associações de municípios e da relevância de trabalhar por seu fortalecimento. O resultado, lá na ponta, é um melhor serviço público e qualidade de vida aos habitantes das regiões. Vida longa às entidades de representações municipais!

Mateus Trojan
Mateus Trojan
Prefeito de Muçum e presidente da AMAT

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