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Mulheres no Poder: construindo uma sociedade mais justa e humana

A presença das mulheres em espaços de fala e poder é fundamental para a construção de uma sociedade mais justa, humana e equitativa. A diversidade de gênero nos processos decisórios públicos enriquece as perspectivas e promove políticas que atendem às necessidades de toda a população. No entanto, a sub-representação feminina ainda é uma realidade no Brasil.

De acordo com dados recentes, as mulheres representam 51,5% da população brasileira e aproximadamente 53% do eleitorado. Apesar disso, sua participação nos espaços de poder permanece limitada.

No Brasil, nas eleições municipais de 2024, apenas 13% dos municípios brasileiros terão mulheres a frente de Prefeituras. E nas Câmaras de Vereadores, as mulheres somam 18,2% do total de candidatos eleitos. Apesar do ligeiro aumento no número de Prefeitas e Vereadoras, a representatividade feminina na política ainda segue muito baixa.

No Rio Grande do Sul, dos 497 municípios, apenas 39 elegeram prefeitas, um aumento de duas em relação a 2020, representando 7,9% dos municípios gaúchos. Embora esse número indique um avanço em relação aos pleitos anteriores, ainda está aquém da paridade desejada.  Além disso, todas as prefeitas eleitas se autodeclararam brancas, com idade média de 47 anos, o que diminui a maior diversidade racial e etária na política.

Em relação às câmaras de vereadores, a representatividade feminina também é limitada. Apenas 1,6% das câmaras municipais possuem maioria de vereadoras, e 58 cidades não elegeram nenhuma mulher para esse mandato.

A participação feminina nos espaços de poder não é apenas uma questão de justiça social, mas também de eficácia democrática. Mulheres em posições de liderança tendem a priorizar temas como saúde, educação, direitos reprodutivos e combate à violência de gênero, áreas cruciais para o desenvolvimento sustentável e equitativo da sociedade.

Estudos indicam que a presença feminina em cargos decisórios resulta em maior atenção a questões sociais, familiares e comunitárias, refletindo em políticas públicas mais eficientes e resolutivas.

Iniciativas como a campanha “Mais Mulheres no Poder, Mais Democracia”, lançada pelo Ministério das Mulheres, e tantas outras iniciativas de grupos femininos, buscam ampliar o debate sobre a presença feminina nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de promover a participação política igualitá​ria.

No setor privado, empresas com diversidade de gênero em suas lideranças tendem a apresentar melhor desempenho financeiro e organizacional. A diversidade promove inovação, criatividade e uma cultura corporativa mais saudável, beneficiando funcionários e clientes.

Apesar dos avanços, persistem desafios significativos para a plena participação feminina nos espaços de poder. Estereótipos de gênero, desigualdades salariais, machismo, violência contra a mulher na política, falta de apoio familiar e político partidário, dupla jornada de trabalho e falta de sororidade entre as mulheres, são barreiras que dificultam a ascensão das mulheres a cargos políticos, sejam eles eletivos ou de participação em cargos políticos.

Mas apesar dos desafios, cada mulher que entra na política abre portas para muitas outras, e transforma a realidade de sua comunidade. A mudança começa por nós mulheres!

Então, por que caminhar sozinha se juntas podemos voar?

Andréia Fioravante
Andréia Fioravante
Advogada, com formação em Direito pela Unisinos e pós-graduação em Saúde Pública pela UFRGS, líder social, diretora do Centro Despertar e presidente do Instituto Despertar. Idealizadora da Casa da Mulher Barra do Ribeiro e do Projeto Despertando Mulheres.

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