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26/08/2021

Na  tarde desta quarta-feira (25), o Parlamento gaúcho realizou sessão solene híbrida, no Plenário Bento Gonçalves do Memorial do Legislativo, para celebrar os 60 anos do Movimento Cívico da Legalidade. A sessão foi acompanhada por autoridades, a maioria de forma virtual, e teve a execução dos hinos Nacional e da Legalidade, no começo da solenidade, e Rio-grandense, no encerramento.

Airton Lima (PL), que presidiu a sessão solene, destacou a figura o então governador do RS Leonel Brizola como o mais importante personagem do Movimento da Legalidade, classificado como o maior movimento popular do Brasil desde a Revolução de 30. "Foi, sem dúvidas, a autoridade que liderou uma das maiores façanhas do povo rio-grandense, que mobilizou a população e ganhou corações e mentes em defesa da democracia, contra o golpe e em favor da posse de João Goulart", afirmou. Lima ainda registrou que o nome do político gaúcho está incluído no Livro dos Heróis da Pátria, que homenageia brasileiros que se destacam na defesa e construção da história nacional, e que a biografia de Brizola foi pautada pela luta da soberania nacional, dos direitos dos trabalhadores, do ensino de qualidade e da escola de turno integral

Juliana Brizola (PDT) lembrou que, há 60 anos, seu avô liderou o Movimento da Legalidade para garantir a posse do vice-presidente eleito, João Goulart, após a renúncia de Jânio Quadros. "De 25 de agosto até 7 de setembro de 1961, o nosso estado foi sinônimo de resistência, democracia e liderança. Esta Casa legislativa teve igual importância, se mantendo em sessão solene durante todo o período", ressaltou, lembrando que a Legalidade conseguiu retardar o golpe militar no país. Comparou a situação política da época com a situação atual, em que o governo federal ameaça as instituições e a democracia. A parlamentar disse que gostaria de estar celebrando a Legalidade e o progresso do país, porém a educação não virou prioridade, o Brasil se desenvolveu a passos lentos, um homem sem capacidade assumiu o poder e uma pandemia má administrada e negada tirou a vida de mais de meio milhão de brasileiros. "Dentro de todo esse cenário caótico ainda precisamos lidar com a instabilidade política e a sombra de um novo golpe", complementou. Por fim, registrou que Brizola nos deixou há 17 anos, mas seguiremos honrando seu papel na história, ressaltando seus feitos e admirando toda sua coragem e destemor.

Edegar Pretto (PT) classificou o Movimento da Legalidade como um dos atos cívicos mais marcantes da história do Brasil no século passado, um levante em defesa da democracia, da constituição e, por consequência, da legalidade . Salientou que a liderança de Brizola e o repúdio da população ao golpismo garantiram a posse de João Goulart como presidente da República. "A resistência ao golpismo, a defesa de democracia e da liberdade conquistaram o coração e a mente da nossa nação. Nas ruas, a população barrou o golpe cívico-militar. Por meio da Rádio da Legalidade, instalada no Palácio Piratini, a voz de Brizola ecoou à nossa nação, conclamando a sociedade à liberdade, à constituição e à democracia", declarou. O parlamentar avaliou que esse fato histórico fica de registro para as novas gerações, especialmente neste momento em que há uma movimentação para atacar as instituições, a liberdade de imprensa e a democracia patrocinada pelo presidente da República.

Luciana Genro (PSOL) disse que esta data precisa ser comemorada porque, há 60 anos, tínhamos no Palácio Piratini um líder político que colocou sua vida a serviço da luta contra um golpe e foi vitorioso e, junto com ele, outros segmentos da sociedade e estados da federação se uniram para evitar que um golpe militar impedisse a posse de Jango. Disse que, atualmente, temos uma situação diferente daquela de 1961 e também da de 1964, quando a ditadura se impôs. "Conquistamos uma democracia muito precária, uma democracia que não fez justiça em relação às ações e às perseguições, às torturas, aos assassinatos cometidos durante a ditadura militar. Uma democracia que ainda não se materializou para grande parte do povo que não tem acesso a direitos básicos de saúde, de educação, de moradia ", afirmou. Para a parlamentar, a precariedade da democracia acaba alimentando setores golpistas do país capitaneados pelo presidente da República. Citou ainda que, na data de hoje, se comemora o dia do soldado e ressaltou o papel importante desses profissionais no Movimento da Legalidade, lembrando que hoje eles estão sendo manipulados por Bolsonaro para sair às ruas defendendo o golpismo. "A lição desse momento político é que precisamos de mais democracia, de mais direitos, de mais participação do povo na política. Nós precisamos fortalecer a luta popular para enfrentar e reafirmar, mais uma vez, que os golpistas não passarão", finalizou.

 
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