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25/06/2021

O  vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do RS, Eduardo Trindade, acredita que, antes do sistema de saúde conseguir atender a demanda reprimida gerada pela pandemia, é preciso interromper a circulação do coronavírus. Ele foi o segundo painelista do seminário “O RS pós-pandemia – reflexões e caminhos para o futuro do Estado”, nesta quinta-feira (24). A terceira edição do evento, realizado em formato híbrido a partir do Teatro Dante Barone, teve como tema "Quando a Covid-19 vai se tornar uma doença comum? Como o sistema de saúde atenderá a demanda reprimida?"

Trindade trouxe uma série de dados sobre a demanda que não foi atendida pelo sistema de saúde desde o começo da pandemia, em março de 2020, como o adiamento de um milhão de cirurgias no país no ano passado. Na área oncológica, em torno de 200 mil diagnósticos deixaram de ser feitos, o que agravará a situação dos pacientes quando receberem atendimento. Em Porto Alegre, de 2020 para 2021, a fila de espera por exames teve crescimento de 87,1% e por consultas aumentou 66,7%. Além disso, o médico lembrou que a pandemia trouxe uma nova demanda: as sequelas que acometem os paciente recuperados.

Para ele, o primeiro passo para começar a solucionar essa questão é conter o crescimento da demanda pelo coronavírus. "Não podemos acreditar que já superamos esse problema", destacou, defendendo a ampliação da testagem em massa, a aceleração da imunização da população e o distanciamento social para reduzir a circulação do vírus.

Para atender a demanda reprimida e também a nova demanda pelas sequelas dos recuperados do Covid-19, Trindade acredita ser necessário otimizar muito a estrutura do sistema de saúde, citando a telemedicina como uma das opções para isso. Também será preciso, na avaliação do painelista, ampliar a atenção primária à saúde, priorizar os atendimentos, aprimorar a regulação e reduzir a ociosidade dos hospitais.

Debate
Após o segundo painel, foi realizado debate com os convidados. A mediação ficou por conta do presidente da Casa, deputado Gabriel Souza (MDB).

O presidente da Associação Médica do RS, Gerson Junqueira Jr., destacou a necessidade de convencer a população da importância da vacinação. Sobre a questão da demanda reprimida, defendeu a criação de grupos de ação e ambulatórios de atendimento. Finalizou apelando para que as pessoas que precisam de atendimento de saúde procurem seus médicos e suas unidades de saúde, que oferecem condições sanitárias seguras para o atendimento.

A médica infectologista e prefeita de Cruz Alta, Paula Librelotto, abordou sua experiência em 2020, atuando na linha de frente do combate à pandemia como médica, e em 2021 como gestora municipal. Disse esperar que o cronograma de vacinação da população gaúcha, divulgada hoje pelo governo do Estado , seja consolidado e garantiu que seu município está aplicando as doses da vacina com toda a celeridade possível. A prefeita ainda defendeu a necessidade de um debate sério e urgente sobre o financiamento do SUS.

O presidente do Sindicato Médico do RS, Marcelo Matias, lembrou que os hospitais e os profissionais de saúde sofreram muito em função da pandemia e alertou que várias instituições de saúde estão em situação de falência, lembrando a importância dos hospitais filantrópicos para o sistema de saúde do RS. Também criticou a politização da pandemia, que, na sua opinião, foi outra pandemia que enfretamos, já que acabou contaminando as escolhas feitas no enfrentamento à doença.

O presidente da Federação das Santas Casas, Luciney Bohrer, chamou a atenção para as dificuldades financeiras e de recursos humanos que as instituições filantrópicas de saúde enfrentam e que se agravaram durante a pandemia. Defendeu também a discussão de um novo modelo de co-financiamento para hospitais e redes de saúde no estado. Lembrou ainda que os reflexos da pandemia irão durar muitos anos e que ela acabou mostrando a importância de termos hospitais fortalecidos.

Ainda houve manifestação do diretor-geral da Santa Casa de Porto Alegre, Julio Dornelles de Matos. Também participaram a deputada Zilá Breitenbach (PSDB) e os deputados Gilberto Capoani e Beto Fantinel, ambos do MDB, além de representantes de órgãos e entidades. A próxima edição do seminário está programada para o mês de agosto.

Veja a íntegra do seminário no YouTube.

 
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