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04/05/2021

O  presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcelo Matias, confirmou o desabastecimento e o aumento dos preços de fármacos, especialmente dos que integram o kit intubação, no ápice da pandemia, e revelou que há indicativos de que houve falta de previsão da parte de órgãos governamentais. O dirigente depôs, na condição de testemunha, na reunião da CPI dos Medicamentos da Assembleia Legislativa, realizada na tarde de segunda-feira (3).

Matias afirmou ainda que não vislumbra, no momento, qualquer possibilidade de desaparecimento da Covid-19 por completo. Ele acredita que a doença adquirirá caráter endêmico, ou seja, incidirá em determinada população ou região. O médico também não descarta uma terceira, quarta ou até mesmo quinta onda da doença. Por isso, defende que a sociedade esteja preparada e que considere a formação de estoque de insumos, atualização anual das vacinas e a produção de Equipamentos de Produção Individual no Rio Grande do Sul.

A segunda oitiva da tarde foi do diretor do Hospital Porto Alegre, Jair Dacás, que apresentou um comparativo de preços de medicamentos de janeiro até final de abril. O sedativo Midazolan, por exemplo, teve uma alta, segundo o dirigente, de 1580%. Já o preço do Fetanil, utilizado no combate a dores intensas, sofreu um aumento de 3654%, no período.

Dacás afirmou que os hospitais enfrentam, além da pandemia do novo coronavírus, uma “pandemia de aumentos abusivos sem explicação razoável”, que desorganizam seus orçamentos. Operando com um estoque suficiente para sete dias apenas, o Hospital Porto Alegre tem como prioridade, conforme o diretor, a compra de insumos farmacológicos, tendo, inclusive, atrasado salários para cumprir a diretriz. “Estamos com 20 dias da folha de fevereiro ainda abertos”, revelou.

Causa

O presidente da Federação das Associações dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Maneco Hassen, disse que as queixas dos municípios de falta de medicamentos e de aumentos abusivos de preços foram comuns, especialmente, no pico da pandemia. Questionado pelo presidente da CPI, Dr. Thiago Duarte (DEM), ele revelou que gestores municipais chegaram a sofrer “uma espécie de chantagem” por parte de fornecedores. “Ou adquiria o medicamento pelo preço estipulado ou o produto seria vendido para outro que pagasse”, apontou.

O presidente da Famurs creditou o desasbastecimento dos hospitais à falta de planejamento do governo federal no enfrentamento à pandemia. “Desde o começo, o governo federal atuou no limite da pressão. Foi assim com a abertura de leitos, com os insumos, com a vacina. E com os medicamentos, ele só se mexeu quando pacientes começaram a ser amarrados nas macas”, disparou.

Segundo Maneco, os municípios foram forçados pela situação a criar leitos de UTIs improvisados em emergências, quartos ou salas de cirurgias desativadas para dar conta da demanda. “Primeiro, os hospitais abriram os leitos e depois foram ver quanto custa. Isso está gerando um passivo que vai estourar logo ali e não há qualquer notícia de que os governos estadual ou federal farão aporte extraordinários de recursos para essas instituições”, denunciou.

Requerimentos

A CPI aprovou seis requerimentos. De autoria do presidente da comissão, as solicitações são para realização de oitivas, na qualidade de testemunhas, dos diretores do Hospital de Sapiranga, Hospital de Montenegro, Hospital Beneficente São Carlos, de Farroupilha, Casa de Misericórdia de Santana do Livramento, Hospital Nossa Senhora da Oliveira, de Vacaria, e dos hospitais Nossa Senhora das Graças e Universitário, ambos de Canoas.

Participaram da reunião a deputada Franciane Bayer (PSB) e os deputados Dr. Thiago Duarte (DEM), Faisal Karam (PSDB), Clair Kuhn (MDB), Sérgio Turra (PP), Luiz Marenco (PDT), Vilmar Zanchin (MDB), Vilmar Lourenço (PSL) e Fernando Marroni (PT).

Texto: Olga Arnt

 
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