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05/12/2019

  O deputado Fábio Branco (MDB) ocupou o Grande Expediente desta quinta-feira (5) para defender a causa da doação de órgãos. Doador e presidente da Frente Parlamentar de Estímulo à Doação de Órgãos, reinstalada neste ano no Parlamento gaúcho, Branco defendeu uma série de ações para que o procedimento passe a ser tratado, no Rio Grande do Sul, como política de Estado, a exemplo do que já acontece em Santa Catarina e Paraná. “Os dois estados deram um salto de qualidade ao longo dos últimos anos a partir da capacitação permanente das equipes e da continuidade do trabalho”, ressaltou.

O deputado espera que, na próxima semana, a Assembleia Legislativa aprove projeto de lei, de sua autoria, que institui o Setembro Verde no Rio Grande do Sul. A proposta, que conta com o apoio de entidades da sociedade civil e já tramitou nas comissões permanentes, tem como objetivo reforçar a mobilização a favor da causa da doação, informar a população e sensibilizar as famílias. Outra iniciativa legislativa do parlamentar inclui no currículo das escolas conteúdos para chamar a atenção de crianças e adolescentes para a importância do tema. “Nós, que temos filhos, sabemos o quanto eles têm capacidade de mudar o comportamento dos adultos”, apontou o emedebista.

Muitas recusas à doação de órgão, conforme Branco, ocorrem porque falta o acolhimento adequado às famílias, enquanto os pacientes ainda estão vivos. “Por vezes, a pessoa informou apenas um familiar (de seu desejo de doar) e os outros não sabem. O que reforça, mais uma vez, a importância de avisar ao maior número de pessoas possível”, recomendou.

O deputado protocolou também projeto que garante prioridade na necropsia aos doadores de órgãos. “Ao saber da morte de um ente querido, as famílias não aceitam ficar nem um minuto a mais no hospital e recusam doar órgão e tecidos. Nosso propósito é encurtar o tempo de espera e sofrimento”, justificou.

A falta de doações e de financiamento são, na visão do parlamentar, os principais problemas a serem enfrentados para reduzir a fila de espera por um órgão, que agrega 1.600 gaúchos. A infraestrutura hospitalar e a burocracia são outros gargalos que, na opinião de Branco, precisam ser enfrentados.

Pioneirismo
O Rio Grande do Sul foi pioneiro na América Latina no transplante de pulmão. A primeira cirurgia deste tipo foi realizada há 30 anos, na Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre pelo médico José Camargo.

Neste ano, até outubro, foram realizados 553 transplantes de órgãos e 1.098 de tecidos no Rio Grande do Sul. No mesmo período, o estado registrou 202 doadores efetivos, cinco a mais do que no ano anterior. Os procedimentos de córnea figuram no topo da relação de tecidos, e fígado e rim equivalem a nove em cada dez cirurgias de órgãos no estado.

Os transplantes de órgãos no Brasil iniciaram em 1964, com transplantação de rim. Em 1968, de coração, fígado e pâncreas. Na época, não havia regulação específica, financiamento ou controle dos procedimentos. E a relação era de três doadores por um milhão de habitantes, segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos. Hoje, são 17 doares para cada milhão de brasileiros.

Segundo o parlamentar, o Brasil tem o maior sistema público de transplantes de órgãos do mundo. Cerca de 96% dos transplantes são feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Neste ano, só até setembro, foram realizados 6.700 procedimentos. Levando em conta os transplantes de córneas, o número ultrapassa a casa dos 17 mil.

Os deputados Capitão Macedo (PSL), Dr. Thiago Duarte (DEM), Any Ortiz (Cidadania), Luiz Henrique Viana (PSDB), Franciane Bayer (PSB), Guiseppe Riesgo (Novo) e Sebastião Melo (MDB) se manifestaram por meio de apartes. O Grande Expediente foi acompanhado por transplantados, autoridades médicas e organizações da sociedade civil que defendem a causa.

 
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