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25/07/2018



Napoleão  Bonaparte dizia que “um governante devia saber escolher amigos e inimigos”, o que, para além de uma certa obviedade no conteúdo, mostra que os amigos terão uma vida muito melhor do que os inimigos naquela hipotética gestão. No caso do Rio Grande do Sul, já nos primórdios do governo Sartori, percebeu-se claramente que a lição do déspota francês era seguida à risca, com um lado bem definido: os inimigos do governo eram os funcionários públicos. Não é exagero, nem figura de retórica para discursos, mas o governo do RS realmente “elegeu” os servidores do estado como a raiz de todos os males, merecendo o pior tratamento já visto em nossas terras. Afirmo com segurança que nenhum governante maltratou de forma tão cruel o funcionalismo.

Porque o governo Sartori fez essa escolha, de consequências tão cruéis? Bem, dificilmente se poderá saber a resposta, mesmo com a certeza do fato. A busca incessante de extinção ou privatização de órgãos públicos, a maneira acintosa de desmerecer os pleitos do funcionalismo, a péssima relação com o magistério e o parcelamento dos salários dão a medida desta convicção. Ao mesmo tempo, o governo gaúcho aumenta as isenções fiscais brutalmente, o que faz com que somente uma empresa chegue a receber 380 milhões de reais, de “incentivo”, desde 2016, para gerar somente 5 empregos...

Com as sonegações fiscais aumentando sem controle e a dívida ativa do estado com pouco retorno na cobrança, a conta geral vai sempre ser paga pelos inimigos criteriosamente escolhidos. A própria ideia da crise, tão alardeada, parece mais verdadeira para uns do que para outros, já que a balança despenca contra os servidores e pesa pouco em relação aos empresários endinheirados e amigos de todos. É a lógica de que quem serve o público deve ser destruído, enquanto quem serve-se do público precisa ser protegido.

Aos funcionários do estado- alguns desses com suas vidas desestruturadas, devido a perseguição e fechamento de fundações, o que fui contra desde o começo - resta o consolo de que tudo termina, inclusive o atual governo. À sociedade, como um todo, fica a perplexidade de não entender como e porque essas escolhas foram feitas, já que o governo gaúcho nunca se dispôs a dar explicações e, muito menos, a responder perguntas com esse teor.

 
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