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25/06/2018 |
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A menos de quatro meses das eleições, uma nova pesquisa do Instituto Datafolha revela dois números alarmantes: 46% dos eleitores entrevistados na enquete espontânea dizem que ainda não têm candidato, e 23% afirmam que pretendem votar nulo ou em branco.
Estes números traduzem, evidentemente, o enorme desencanto dos brasileiros com a política. Decepcionados com os escândalos de corrupção denunciados pela Operação Lava Jato, e revoltados com a classe política indistintamente, muitos eleitores estão optando pela pior alternativa – a omissão!
Mas, lavar as mãos e deixar a história seguir seu curso, não é o melhor caminho para a reconstrução moral do Brasil. O momento difícil exige o contrário: seleção de candidatos diferenciados, corretos, e comprometidos com a promoção do bem comum. Anular o voto, ou votar em branco, é um protesto inútil – que favorece justamente aqueles que não querem mudanças na política.
A política, como a natureza, odeio o vácuo. O espaço dos bons que se retirarem da arena política será ocupado pelos maus. Não nos deixemos cair na tentação do discurso pessimista, segundo o qual ninguém presta, porque assim cederemos espaço justamente para os piores. Com nosso voto, podemos mandar para casa – ou para a cadeia! – quem enganou a população. Quanto à ética na política, tão necessária, ela também tem de ser praticada pelos eleitores – que não podem fazer do seu voto um instrumento de barganha para obtenção de favores pessoais.
Como em qualquer atividade humana, a política congrega pessoas honestas e desonestas. Não é assim no clube, na igreja, no trabalho? Precisamos, todos, políticos e eleitores, trabalharmos juntos para melhorar a sociedade. Se não vivemos num mundo perfeito, habitado apenas por anjos, o que nos cabe é fazer a distinção entre os bons e os maus políticos. E dar aos maus o que eles merecem: o banimento da vida pública.
Mas uma coisa é certa: só mudaremos a política fazendo mais política. A boa política! Com calma e sabedoria, temos que separar o joio do trigo. Para não lamentarmos, depois, a consequência de nossas escolhas. |
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