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10/01/2022

A Famurs  promoveu na manhã desta segunda-feira (10/1) uma reunião para debater a mitigação e enfrentamento da estiagem que assola centenas de municípios gaúchos. O encontro contou com a participação dos presidentes das associações regionais, Secretaria de Agricultura e Ministério da Agricultura, senadores, deputados, entidades representativas do agronegócio e, de forma virtual, os prefeitos gaúchos.

De forma remota, o presidente da entidade e prefeito de São Borja, Eduardo Bonotto, abriu os trabalhos e colocou a Federação à disposição dos municípios e entidades representativas, visto o cenário de extrema dificuldade já previsto. Bonotto declarou que o decreto de situação de emergência é o primeiro passo para conduzir este momento delicado e que é preciso criar um decreto de emergência específico para o setor agrícola, como alternativa para desburocratizar o processo de apoio complementar. “O RS depende da agricultura e pecuária, não podemos deixar a pujança do nosso estado de lado, precisamos juntos achar alternativas viáveis e resolutivas de curto, médio e longo prazo, além de atendermos as demandas das comunidades e famílias que precisam de acesso a água para consumo que são também nossa prioridade. Precisamos priorizar também as pessoas que são atingidas pela seca. Precisamos agilizar a vinda de caminhões-pipa e garantir o abastecimento para os nossos moradores gaúchos. Há também a nossa preocupação com grãos e claro, com a criação de animais. A estiagem afeta pessoas, animais e toda a agricultura. São problemas sociais e econômicos. Temos que trabalhar muito e termos empatia", destacou o presidente Eduardo Bonotto.

A reunião foi mediada pelo coordenador-geral da entidade, Salmo Dias de Oliveira. Para analisar o atual cenário no estado, a coordenadora coordena a Sala de Situação da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Catia Valente, apresentou características da estiagem e do déficit hídrico, acumulado desde janeiro de 2021, e as probabilidades de chuva e temperatura para os próximos meses.

O chefe da Casa Milita e coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, Coronel Júlio César Rocha Lopes, falou sobre a situação de estiagem e emergência no RS e apresentou possíveis medidas preventivas, mitigatórias e preparatórias para o período de estiagem no estado.

Para buscar amenizar o prejuízo, a superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Estado do RS (Mapa/RS), Helena Rugeri, afirmou que a pasta está trabalhando para incluir o tema como pauta única, visando solucionar questões mitigantes, estruturais e técnicas do período sem chuva no estado.

Presente, o senador Lasier Martins sugeriu que a comitiva que irá receber a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, peça o envio de recursos para o RS, bem como ocorreu com as enchentes na Bahia, e que cobre os valores de créditos ao setor já liberados e não recebidos.

O diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, destacou dados em relação as perdas na produção de milho e soja e na produção de leite, além de chamar atenção para problemas como a legalidade de plantio das sementes.

Na oportunidade, o diretor financeiro da Farsul, Domingos Lopes, solicitou sensibilidade junto ao Ministério Público quanto a discussão da pauta. Ele enfatizou que é preciso trabalhar mais na causa e não apenas nas consequências. Já o economista chefe da entidade, Antonio da Luz, destacou que o RS não consegue atuar como o grande produtor de grão que é, uma vez que que a técnica de irrigação é lenta no estado.

O tema também já está em discussão na Fetag, afirmou o presidente Carlos Joel da Silva. Em sua fala, manifestou que este ano a estiagem é maior, comparada a 2021, e que a pauta tem que ser urgentemente discutida como única com o governo federal. O presidente também destacou que a responsabilidade de guardar água não é só do produtor e que é preciso mudar a legislação.

Presente no encontro, o senador Luiz Carlos Heinze declarou que é chegada a hora de um projeto constante, em conjunto com o SC e PR, visando mitigar os efeitos da estiagem no sul do país. A ideia seria reunir federações e entidades representativas para debater a trabalhar com o governo federal.

Entre as entidades, também esteve presente o diretor técnico da Fecoagro, Tarcísio Minetto, que ressaltou a importância dos decretos de emergência, para que nenhum município fique sem receber possíveis auxílios. Minetto também se mostrou preocupado com a grande perda na produção gaúcha e nas causas desse problema.

Representando o governo do Estado, a secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Silvana Covatti, frisou o trabalho e ações da secretaria junto às entidades representativas e governo federal e detalhou as próximas atividades do programa Avançar na Agricultura. O secretário adjunto da pasta, Luiz Fernando Rodrigues Junior, aproveitou a ocasião para falar sobre a atividade de irrigação no RS e informou sobre a execução das 6 mil microaçudes, 750 poços artesianos e 750 caixas d’água previstos no programa, além de 15 a 20 conjuntos de escoamento.

Ainda nas manifestações, o deputado federal Alceu Moreira destacou que o debate sobre estiagem deve ocorrer durante o ano todo e o chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, colocou a entidade à disposição para a construção de soluções.

O secretário de Desenvolvimento Urbano e Metropolitano, Luiz Carlos Busato, destacou em sua fala a questão as barragens que ainda estão em obrar e canais que ainda não foram licitados. Busato ainda sugeriu um grupo de trabalho para tratar de assuntos estruturantes e se propôs a ajudar nessa discussão.

Também presente, o deputado Elton Weber explanou sobre o trabalho realizado na Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha. Na sequência, o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, deputado Adolfo Brito, enfatizou a fala dos demais presentes, destacando pontos como a necessidade de agilizar os decretos, trabalhar o tema como pauta única, além de achar soluções e a destinação de recursos federais com urgência.

Por fim, o segundo diretor Administrativo da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Ireneu Orth, afirmou que muito se pensa em soluções a curto prazo, mas pouco se fala ou busca soluções a médio e longo prazo.

Ao fim da reunião, ficou definido que a Famurs encaminhará aos governos do Estado e federal um documento contendo os pontos discutidos e sugestões apresentadas na reunião, a fim de tornar o tema uma pauta permanente.

Texto: Ellen Renner
Foto: Guilherme Pedrotti

 
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